Compreendendo os paradigmas
Os
diferentes paradigmas que devem guiar a escolha de estratégias de pesquisa na
área das ciências da saúde e sociais, em que se vai discutir as principais
características de dois desses paradigmas: o positivismo (fortemente
relacionado a pesquisas de natureza quantitativa), e o interpretativismo
(fortemente relacionado a pesquisas de natureza qualitativa). A compreensão desses
paradigmas é fundamental para a escolha de uma estratégia adequada de pesquisa;
o artigo pretende contribuir para esse entendimento por meio de uma discussão
objetiva e didática.
Antes
de definir-se uma estratégia metodológica de investigação, é fundamental
compreendermos os diferentes paradigmas de pesquisa.
O
paradigma positivista está fundamentado numa ontologia realista, isto é, admite
factos objetivos, independentes da perceção humana, considerando que a
realidade é composta por estruturas palpáveis, tangíveis e estáveis.
Neste
seguimento, somente fenómenos observáveis e mensuráveis podem constituir
conhecimentos realmente válidos. Este, ainda, considera somente a existência de
fatos, e não de opiniões. A pesquisa científica deve procurar, explanar e antedizer
o que irá ocorrer no mundo por buscar regularidades e relações de causa e
efeito.
Por
seu turno o paradigma interpretativista é um dos principais paradigmas em
oposição ao paradigma positivista. Primeiramente, verifica-se que a ontologia
interpretativista é de interação sujeito/objeto, isto é, não considera a
existência de uma realidade totalmente objetiva, nem totalmente subjetiva, mas
sim, que existe uma interação entre as características de um determinado objeto
e entre a compreensão que os seres humanos criam a respeito desse objeto, por
meio da intersubjetividade. A perspectiva Interpretativista enfatiza a
importância dos significados subjetivos e sociopolíticos.
A
lógica prevalecente no paradigma interpretativista é indutiva, pois o
pesquisador procura não impor o seu entendimento prévio sobre a situação
pesquisada. De acordo com a lógica interpretativista, o conhecimento sobre os
processos sociais não pode ser construído a partir de deduções hipotéticas ou
cálculos de relações entre variáveis. A compreensão dos processos sociais
pressupõe um “mergulho” no mundo no qual os processos são criados. Isso envolve
conhecer como as práticas e os significados são formados e informados pela
linguagem bem como as normas tácitas compartilhadas em um determinado contexto
social.
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