segunda-feira, 6 de junho de 2022

 Compreendendo os paradigmas

    Os diferentes paradigmas que devem guiar a escolha de estratégias de pesquisa na área das ciências da saúde e sociais, em que se vai discutir as principais características de dois desses paradigmas: o positivismo (fortemente relacionado a pesquisas de natureza quantitativa), e o interpretativismo (fortemente relacionado a pesquisas de natureza qualitativa). A compreensão desses paradigmas é fundamental para a escolha de uma estratégia adequada de pesquisa; o artigo pretende contribuir para esse entendimento por meio de uma discussão objetiva e didática.

    Antes de definir-se uma estratégia metodológica de investigação, é fundamental compreendermos os diferentes paradigmas de pesquisa.

    O paradigma positivista está fundamentado numa ontologia realista, isto é, admite factos objetivos, independentes da perceção humana, considerando que a realidade é composta por estruturas palpáveis, tangíveis e estáveis.

    Neste seguimento, somente fenómenos observáveis e mensuráveis podem constituir conhecimentos realmente válidos. Este, ainda, considera somente a existência de fatos, e não de opiniões. A pesquisa científica deve procurar, explanar e antedizer o que irá ocorrer no mundo por buscar regularidades e relações de causa e efeito.

    Por seu turno o paradigma interpretativista é um dos principais paradigmas em oposição ao paradigma positivista. Primeiramente, verifica-se que a ontologia interpretativista é de interação sujeito/objeto, isto é, não considera a existência de uma realidade totalmente objetiva, nem totalmente subjetiva, mas sim, que existe uma interação entre as características de um determinado objeto e entre a compreensão que os seres humanos criam a respeito desse objeto, por meio da intersubjetividade. A perspectiva Interpretativista enfatiza a importância dos significados subjetivos e sociopolíticos.

    A lógica prevalecente no paradigma interpretativista é indutiva, pois o pesquisador procura não impor o seu entendimento prévio sobre a situação pesquisada. De acordo com a lógica interpretativista, o conhecimento sobre os processos sociais não pode ser construído a partir de deduções hipotéticas ou cálculos de relações entre variáveis. A compreensão dos processos sociais pressupõe um “mergulho” no mundo no qual os processos são criados. Isso envolve conhecer como as práticas e os significados são formados e informados pela linguagem bem como as normas tácitas compartilhadas em um determinado contexto social.

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